quinta-feira, abril 14, 2005

Carlos e Camila

O casamento mais esperado por muitos ingleses- mais precisamente dois, Carlos e Camila- aconteceu no passado sábado.
Pela primeira vez na minha vida senti-me verdadeiramente o herdeiro do trono português. Não possuo aquele elegante bigode que lhe confere um ar de pacóvio, mas eu, tal como D.Duarte Pio, fui desprezado pela coroa britânica e assisti via TV ao celebérrimo acontecimento.
Assim, às 7 da manhã vesti o roupão- há quem lhe chame robe, mas prefiro claramente roupão- e sentei-me no sofá, pronto para seguir as incidências do casamento. Cinco horas e meia mais tarde começou a emissão na TVI, com o sempre pateta e insuportável Henrique Garcia, com a espalhafatosa e imbecil Júlia Pinheiro e, para completar a coluna de palonços, a idiota e incomodativa Paula Bobone. É claro que poderia mudar de canal, porém, na RTP, estavam dois símbolos de masculinidade chamados Eládio Clímaco e Augustus, o que me fez preferir o canal de Queluz.
A televisão mostrava imagens em directo de Windsor e, sim, lá vinha ela, a noiva. Os estilistas, cabeleireiros, maquilhadores e toda a equipa que tratou da Duquesa da Cornualha esforçaram-se, esmeraram-se, lutaram contra as adversidades. Em vão, Camila não foi, nem nunca podia ser uma noiva bonita. Desconfio, aliás, que Camila Parker Bowles é a parte de trás do acidente de Diana.
A emissão continuou. Excrementos fétidos saídos da boca dos apresentadores persistiam em entrar pela minha casa e amontoava-se à minha frente. Apaguei o televisor e fui tomar a medicação.

JM