sexta-feira, janeiro 07, 2005

Cuidado drogado

A liberalização das drogas é um tema espinhoso, capaz de dividir sociedades, fazer sonhar toxicodependentes e chocar almas menos liberais e tolerantes.
A ideia de ver um qualquer cidadão sair da farmácia com uma caixa de ben-u-ron em supositórios, uma embalagem de Panadol (paracetamol) e duas gramas de cocaína para desentupir as narinas, não é agradável, nem me parece a solução mais viável.
Liberalização, sim senhor, mas uma coisa que tenha jeito.
Não sou um grande especialista em estupefacientes, mas, mesmo assim, arrisco uma hipótese de liberalização: carregavam-se, na Colômbia, umas embarcações de grande tonelagem com todo o tipo de drogas e encaminhava-se o produto para Portugal.
Assim que os navios atracassem, os toxicodependentes, com senhas ou carimbos nas mãos com o número de chegada, aguardavam a sua vez para se lançarem ao petisco e devorarem o seu manjar dos deuses.
Como podem constatar, defendo uma liberalização das drogas forte e sustentada, pensando no bem-estar de todos os drogados que me interpelam na rua de seringa em riste.

JM