sexta-feira, dezembro 03, 2004

O estranho mundo da arbitragem

Ao contrário do que se pensa, para se ser árbitro de futebol não basta errar muito mais do que qualquer comum mortal. A entrada no mundo da arbitragem é complexa e tem obrigatoriamente de responder a criteriosas selecções que começam invariavelmente pelos nome dos candidatos. Só assim se pode explicar a quantidade excessiva de nomes bizarros dentro deste organismo.
Nomes como Carlos Calheiros, João Simãozinho e Veiga Trigo permanecerão para sempre nas memórias de qualquer amante do futebol (e até do banditismo, mas isso é outra conversa), porém, a nova geração de árbitros fez questão de zelar pela continuidade da tradição, deliciando-nos com o requinte e extravagância dos seus nomes.
Assim, parece-me óbvio, que os vitupérios dirigidos aos senhores do apito estão desapropriados. Injuriar os indivíduos com os seus verdadeiros nomes, como Olegário Benquerença, Pedro Sanhudo, António Eustáquio, Luís Catita ou -o meu preferido- Marco Bicas Trombinhas, pode originar consequências tão ou mais gravosas do que o demasiado corriqueiro “filho da p#*% .
No que aos árbitros assistentes diz respeito, também os há para todos os gostos. João Ai-Ai, Luís Ralha, Gabínio Evaristo, Devesa Neto, José Chilrito, Fábio Nastro, Ivan Vigário, Ludovino Franco, José Chilita, Luís Castainça, Rotílio Rodrigues, Marcílio Pinto, Cascalheira Pardal, Dioclésio Ávila ou João Carramenho, são nomes que à milionésima vez que se ouve ainda têm graça, não muita é certo, mas alguma.
Todavia, nem tudo são rosas, eu que até estava a considerar seriamente a hipótese de enveredar pelo bonito caminho da arbitragem, vejo-me forçado a abandonar este meu sonho de uma forma precoce. Que vergonha.

JM