sábado, novembro 20, 2004

Marta

A minha mente está vazia, é apenas trespassada por uma leve bruma, um nevoeiro frio que teima em não desaparecer mantendo as minhas idéias congeladas, sem a chama de outrora. Todos os dias parecem terrivelmente iguais, as mesmas caras, o mesmo céu cinzento, o mesmo cão que ladra todos os dias como que sentindo em mim um vazio, um corpo sem alma que vagueia em busca de algo que o acorde e lhe dê um motivo para voltar a sorrir e esquecer todas as desilusões que a Humanidade lhe provocou.
Toda esta escuridão é de repente abalada por uma luz tremula e fraca que parece crescer e ganhar vida, em pouco tempo o meu corpo é invadido por uma alegria e por uma força que já haviam sido olvidadas há muito da minha consciência. Essa luz foi ganhando contornos e rapidamente fica definida como uma rapariga a quem perguntei o nome. “Marta”- disse ela, e ao dizer isso desapareceu deixando-me ali só a pensar se aquela rapariga não seria obra da minha imaginação, tudo levava a crer que seria apenas um sonho ao qual eu queria voltar nem que fosse por poucos segundos. Todas as tentativas de voltar ao sonho revelaram-se infrutíferas até que o sonho me procurou a mim, depois deste segundo encontro não mais me separei da rapariga que vagueava na minha mente, o modelo de rapariga perfeita. A Marta era a rapariga que sempre tinha procurado, tudo nela era perfeito, desde o seu sorriso, o mais belo que alguma vez tinha visto, passando pela alegria que emanava que rapidamente me fez esquecer aquele período negro e gélido por que havia passado, acabando na inteligência, no seu bom sentido de humor ou mesmo a pouca dificuldade que revelava em ajudar o próximo. Aliada a esta estas qualidades estava a sua beleza, muitas foram as horas que passei a contemplar o seu ar singelo, horas que não se revelaram perdidas, alias, todos os momentos passados com ela foram especiais ficando marcadas na minha mente todas as falas, todos os gestos, todos os olhares, instantes que nunca esquecerei na minha vida...
Agora, por muito parecidos que fossem os dias tudo estava em harmonia, os pássaros cantado, as flores desabrochando, as abelhas a fazer zunzum, a motivação para não cair no precipício era muito forte, queria correr o mundo todo e gritar, dizer a toda a gente que finalmente encontrara alguém que realmente me fazia feliz.
Ainda vivo no sonho e dele não quero sair, não quero imaginar de novo a minha sem ti Marta, quero-te ter sempre ao meu lado.
Adoro-te Martinha

AS