quarta-feira, maio 18, 2005

A pornografia

Desde pequeno que considero a pornografia algo de deslumbrante. Em tempos ponderei enveredar por essa bela arte, mas problemas com algumas actrizes, que preferiram contracenar com dois cavalos e um burro selvagem africano por questões de tamanho - o falo dos animais era claramente mais pequeno- acabaram por inviabilizar a concretização do meu sonho de menino.
Todavia, tal desilusão não esfriou a paixão que nutro por essa actividade e ainda hoje continuo a consumir várias horas diárias de pornografia.
Por mais que me esforce não consigo imaginar o que será a vida daquelas actrizes e actores quando as câmaras se desligam, quando o realizador diz: «CORTA! Continuamos amanhã em cima do frigorífico».
Será que um actor chega a casa e tem vontade de se abraçar à mulher? O que será que a mulher de um actor pornográfico sente quando o marido lhe diz: «Hoje tive um dia terrível. Filmei com duas ucranianas e uma cazaque, dentro de um mini e aquilo dá cabo das costas»?
Mas o que mais me assarapanta é pensar no dia-a-dia atrás das câmaras de uma actriz. Será que os seus filhos não estranham ver a mãe chegar com um andar diferente todos os dias e dar gritos de dor sempre que se senta? E as crianças não serão alvo de chacota na escola?
Mas a indústria pornográfica também tem sido injustiçada ao longo dos anos. Não mereceriam alguns filmes entrar na corrida aos óscares? Quem não recorda com saudade fitas como «Butman», «A mulher com pedigree» ou «As traseiras de Hollywood»?
Ainda há pouco visionei estas três películas com atenção e pareceu-me que pelo menos uma nomeação para melhor actor principal para o rottweiler era justa.

JM